A
Pátria de António de Sant'Anna Galvão
Batizado
homônimo de seu progenitor, Capitão-Mor de Guaratinguetá António Galvão de
França, nasceu o santo frei, terceiro filho de uma prole de dez.
Época
em que famílias abastadas tinham grande número de filhos, diferentemente dos
tempos modernos, e viviam confortavelmente em suas fazendas.
Por
ser um personagem tão ilustre e singular, hoje as cidades de Pindamonhangaba e de
Cunha cogitam a sua cidadania natal. Sendo essa última hipótese bastante
verossímil, por relatos de moradores centenários do Bairro dos Galvão, cuja
tradição oral passa de geração a geração tal assertiva, inclusive fundada em
documento descritivo que estaria nos arquivos da Torre do Tombo, em Belém,
Portugal, como pela lógica histórica, uma vez que, assim como a imagem de
"Nossa Senhora Aparecida" foi encontrada em Guaratinguetá - Aparecida
pertencia a Guaratinguetá -, também Cunha fazia parte de nossa cidade. A
localidade de seu nascimento seria então, como era costume - a história
comprova esse costume -, a sede da fazenda da família, na Freguesia do Facão,
onde o santo frei teria nascido e vivido a sua tranquila infância.
Período
em que as parteiras iam nas casas das fazendas realizarem o seu trabalho,
tornando desnecessário que as mulheres grávidas viessem para a cidade ou se
locomovessem, com grande dificuldade, a outros locais. Assim, os partos eram
feitos em casa, in casu, na própria fazenda da prodigiosa família, onde
teria o menino Antoninho crescido.
Em
respeito à Verdade e a todos os fiéis de Frei Galvão esse é um fato da história
que merece apuração, reservada ao futuro.
Entretanto,
do ponto de vista da universalidade do amor e da caridade, não se pode dizer
que Frei Galvão pertencia a esse ou àquele lugar, pois sua obra transcendeu as
fronteiras do mundano. Atendia a quem quer que fosse, não era bairrista ou
segmentário. Para as suas interseções não pedia carteira de identidade e tampouco
a profissão de fé dos seus enfermos.
Nem
se pode apregoar qualquer outro monopólio em função de sua obra. Felizes os que
conviveram com o homem. Felizes os que receberam as suas orações e humanitária
ajuda. Paradigma que, de resto, permanece vivo a todas as religiões e não
somente ao catolicismo, nomeadamente.
Ser
"religioso", do latim "religare", significa
estar nascido na Terra, porém, "religado", em sentimento, à
Divina Obra, indiferente a essa ou aquela instituição dos homens. Frei Galvão,
com o seu desprendimento de vida, doou-se de tal sorte a conquistar o respeito
unânime da família brasileira e mesmo da aldeia global a que estamos inseridos.
Pertence à humanidade.
Ademais,
dividiram a Terra em mundos para ignorarem melhor a realidade que criaram. Mas
a Terra continua a ser um só planeta e todos os homens continuam a ser irmãos.
Flávio
Marcondes Velloso, professor, escritor, membro da União Brasileira de
Escritores, do Instituto Pimenta Bueno da Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo, da Associação de Direito e Economia Europeia da Faculdade de
Direito da Universidade de Coimbra, do Colegiado Buddhista Brasileiro, autor de
"Direito de Ingerência por Razões Humanitárias em Regiões de
Conflito", "Tribunal Internacional de Justiça. Caminho para uma Nova
Comunidade", dentre
outros. Blogs http://fmarcondesvelloso.blogspot.com e mais. Endereço eletrônico flaviomarcondesvelloso@gmail.com.
Post
Scriptum
A
apuração dos fatos reais traria ainda mais progresso ao Vale do Paraíba,
nomeadamente às cidades de Guaratinguetá e Cunha. Não vemos de outra
forma. A exemplo do Buriti Shopping que "iria prejudicar o comércio
da cidade" e hoje ambos estão aí, pujantes, somando mais divisas ao nosso
querido município de Guaratinguetá, mais empregos etc. O progresso, permissa
venia, deve caminhar com a História!
Assim como esperamos a sua imagem, originalmente colocada na entrada da cidade de Guaratinguetá e subitamente retirada, possa voltar a esse mesmo local de "cartão de visita" em favor da identificação de Guaratinguetá no circuito do Turismo Religioso nacional, perante a mais importante rodovia do país!
"Post
partum Virgo inviolata permansisti, Dei Genitrix Intercede pro nobis."